sábado, 17 de fevereiro de 2018

Chove. Voltei.

Tudo começou no dia 13 de setembro de 2009.

A ideia era unir minha paixão pela escrita com a vontade de compartilhar as experiências da minha primeira viagem de estudos na Itália. Eu não poderia imaginar o que essa escolha renderia no futuro... mas, isso é assunto para outra história.

Na época eu ressaltava o quão belo é a incerteza do que vamos encontrar em nossas viagens. E, assim foi. Outras viagens, outras histórias vieram e, foi com uma frente fria em outubro de 2010, que parei de escrever aqui. Por que? Não sei. Mas, como eu já dizia, Viajar é ir e poder voltar... e, escolhi hoje para voltar, 17 de fevereiro de 2018. 

Hoje. Será que existe algo de semelhante com aquele longínquo dia de 8 anos atrás? Sim. Chove. Uma chuva tranquila de um verão incrivelmente ameno.

Muita, muita coisa mudou de lá pra cá. Vivemos a era da inteligência virtual, da moeda virtual, da realidade virtual... Às vezes, eu me pego pensando se no meio de toda essa virtualização, ainda existe espaço para o humano e para o real. Que medinho. E, de repente, caminhando pela Avenida Paulista, num belo domingo, vejo crianças que ainda se encantam com bolhas de sabão gigantes lançadas no ar por um desconhecido. Tão magicamente real. Ufa! O humano ainda existe. Ops. Mas, assim que a criancinha, finalmente, consegue tocar uma bolha... eis que a dita cuja desaparece. Calma. A bolha desaparece. A bolha. E, eis que aquilo que era tão humano e tão real, desaparece. Pois é... talvez a efemeridade seja uma ponte entre o real e o virtual.

Bem... deixando as divagações de lado, aqui estou, para voltar a compartilhar minhas histórias, minhas viagens e o que mais der vontade. Com qual frequência? Não tenho a menor ideia. Então, aproveita e, por enquanto, dá uma fuçadinha nas histórias que já estão por aqui. Logo, logo, eu volto.

Gi






segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Frente fria

20.10.2010
Tirei o dia para relaxar e caminhar sem destino pela cidade.
Caminhei por Yaletown, uma mistura de Vila Madalena e Jardins. Descobri uma rua muito graciosa, a Mainland Street, ou algo do gênero. É a rua próxima a estação de skytrain Yaletown. É bem engraçadinha: de um lado é como se ela fosse um imensa sacada a dois degraus do nível da rua, ou podemos pensar em um boulevard elevado, para ficar mais chic, com cafés e restaurantes. Do outro lado da rua, encontram-se várias galerias de arte, lojas de móveis e decoração e algumas boutiques.
Saindo de Yaletown, peguei o skytrain e resolvi rever alguns pontos do centro da cidade, como a biblioteca que lembra o coliseu e. entrar na Vancouver Art Gallery. O prédio é praticamente mais interessante do que o acervo. Um edifício belíssimo, de três andares. As obras que se destacam estão no terceiro andar e são da artista canadense, nascida em Victoria, Emily Carr. Emily se apaixonou pela arte nativa e representava os totens em aquarelas e pinturas a óleo. Belíssimo.
Depois, voltei para Yaletown e peguei o AcquaBus em direção ao Vanier Park. Sim, em Vancouver um meio de locomoção que faz parte do dia-a-dia da cidade são os barcos. Tanto é verdade, que o "bilhete único" deles incluem estes barcos. Incrível. Bem, estava uma tarde liiiiinda. Um friozinho gostoso, com um céu azul belíssimo e aquele sol brilhante, mas tímido iluminando tudo.
No caminho ao Vanier Park, eu vi pela primeira vez na minha vida o verdadeiro significado do que vem a ser frente fria. Impressionante. Veio do mar uma nuvem branca em direção à cidade que cobriu tudo. Os barcos por onde ela passava e os prédios que ela atingia. A princípio, imaginei que algo estava pegando fogo próximo dali. Mas, a "fumaça" não diminuia e avançava cada vez mais. Foi então, quando o singelo barquinho no qual estava esta desavisada pessoa adentra esta "névoa" e... percebo! Percebo. Percebo aquela névoa era suuuuuuper fria. Logo, de fumaça de queimada ela não tinha nada. Vocês verão nas fotos que coisa impressionante. A velocidade com que a fumação-névoa-nuvem-frentefria foi tomando tudo... me deixou de queixo congelado e, não caído, mas tirintante. Passei a compreender melhor os perigos do Pacífico... eles vêm a jato!
Bem, não deixando me abater por esta frente fria toda... e já que estava aportando no Vanier Park... saí para uma caminhada. É um parque pequeno, se comparado com o Stanley Park, mas muito simpático. É neste parque que está "hospedado" tudo o que é relativo a espaço, observação e metereologia. Bem, após a história da nossa névoa, dá para se ter uma idéia do porquê... É aqui que está o observatório astronônimo e o McMillan Museum, um museu espacial, que não me perguntem porquê... mas, tem uma imensa aranha na frente!!! Vai ver ela é uma aranha alienígena... ou vez companhia para o cachorrinho que foi para a lua, mas por ser da família aracno e as pessoas terem muita fobia dela... não se tornou tão famosa como seu companheiro. Mas, foi eternizada na frente do museu!
Do Stanley Park foi caminhando até a Granville Island, que passei ontem e achei que valia voltar. A Granville Island é um lugar que poderíamos passar um dia inteiro. Bem, aqui nós temos a universidade de arte e design, um centro de teatro, tem músicos tocando nas ruas, milhares de lojinhas de tudo: roupas, acessórios, produtos exotéricos, sapatos, equipamentos esportivos, livrarias, papelarias, joalherias, loja de sombrinhas, loja de sabonetes... Uma loucura. Ah, sim! Também têm restaurantes e cafés. E... o mais legal: um mercado municipal!!! Do estilo do nosso mercadão. Vende chocolates, chás, peixes, frutos do mar, temperos, legumes, frutas, flores... e todas estas coisas que se vendem em mercados. Além disso, tem uma "praça de alimentação" com vista para a False Creek, que é um braço do Pacífico que acharam que era rio, mas não é... então... False Creek. Bem, temos a vista deste braço do Pacífico com o skyline da cidade... imaginem isto com gaivotas voando e um entardecer muito bonito... bem... esta será minha recordação de fim de viagem de Vancouver. Vários barquinhos, um violão... e uma frente fria!

Relógio a vapor

20.10.2010
Após o final do passeio city tour + Capilano Bridge, aproveitei para ficar em Downtown e ir até Gastown. Gastown é o bairro mais antigo de Vancouver, e portanto, onde a cidade nasceu.
A rua principal deste bairro é a Water Street, uma rua com o calçamento todo em tijolinhos vermelhos, que apesar de não estar de acordo com a Alice no país das maravilhas, dá um toque charmoso ao lugar.
Como em Vancouver faz frio, bastante frio... toda a cidade está sobre dutos de vapor. Pois é. Não é agradável a sensação de estar 100% do tempo andando em algo que parece mais uma panela de pressão... mas, sublimando o fato, após algum tempo, a gente só caminha... sem pensar nisso.
O fato é que existem "pontos de escape" deste vapor todo e... aproveitando este fato, sobre um destes pontos foi "instalado" um relógio a vapor". Simplesmente, o único relógio a vapor do mundo que continua em funcionamento. Em duas palavras: um charme!!! O vapor mantém o relógio funcionando e a cada 15 minutos ele apita e solta fumaça, pois é, assim como sua parente próxima costuma fazer, a Maria. A Maria-Fumaça!!!!

Capilano Bridge

19.10.2010






O que diria Indiana Jones se me visse andando tranquilamente na ponte suspensa que ele teve dificuldades para atravessar? E o que ele diria quando visse centenas de pessoas atravessando esta mesma ponte e além disso, parando do meio para tirar fotos?
Fui visitar o parque do Capilano River, que é absolutamente no meio da montanha. Lindo, lindo, lindo. A impressionantes 20 a 30 minutos do centro de Vancouver está essa imensa florestas. Aliás, a floresta sempre esteve lá, é Vancouver que está tentando entrar nela... mas, deixando isto de lado.
É neste parque que encontramos a Capilano Bridge, a maior ponte pensil (não sei se escreve assim... ficou tão parecido com um lápis...) do mundo, está sobre o vale do rio Capilano.
Só uma coisa a confessar... é beeeem alto e... balança bastante! Mas, imagino que não deve ser pior que a sensação de crises de labirintites. Não. Não tenho crises de labirintites... mas, quando minha mãe as têm... ela anda igualzinho as pessoas que andam sobre a Capilano Bridge.
O parque também oferece uma caminhada pelo topo das árvores. Como se fosse um arvorismo, sem a parte radical. É uma imensa passarela, bem sólida, no topo das árvores. Pode-se ver toda a floresta lá de cima. Parecia que eu era um Tarzan cosmopolita, com as facilidades de locomoção que o mundo moderno oferece. Cipó? Isto é coisa do passado!!!!!
Bem, neste passeio estava incluído um city tour pela cidade. Passei por vários bairros da cidades, pela Chinatown, pela tocha olímpica, Canada Place, Gastown e Granville Island.
Além de andarmos pela Granville Island, paramos no Stanley Park. Um parque gigantesco que fica na ponta oeste da cidade. Um parque com muitos bichinhos soltos... entre eles guaxinins e ursos. Vimos guaxinis... os ursos não deram o ar da graça. Graças! Um lugar muito agradável, com uma orla que dá para o Pacífico.

VIFF

18.10.2010

Consegui participar de mais um evento de cinema. Até o dia 15.10.2010 aconteceu em Vancouver o VIFF, Vancouver International Film Festival. A edição deste ano trouxe aproximadamente 340 filmes. Entre os filmes apresentados, tivemos representantes do Brasil: parece que vieram seis ou sete filmes para cá! E... para minha sorte, assim como na nossa mostra, os mais votados são reapresentados. Iupiii!
Assisti dois filmes, "Love Translated", um documentário sobre as "noivas" da Ucrânia. E "Uncle Boonmee", ganhador da Palma de Ouro deste ano e o que eu chamaria de um filme de mostra.
Foi ótimo ver o festival daqui e descobrir que a atmosfera é muito parecida com a nossa. Fatos como pessoas que ficam na sala de cinema de uma sessão para outra, guardam lugares para os amigos e filas (não tão grandes quando às nossas) também fazem parte da mostra daqui.
Adorei! E agora também sou cinéfila de carteirinha da mostra de cinema de Vancouver!!!! rs rs rs

Ursos

18.10.2010

Tensão. Tensão. Tensão. Cheguei a ver um urso do ônibus. Assim, como quem não quer nada... andando na floresta que é cortada por uma rodovia.
Lembram do Zé Colméia? Que vive em Yelowstone? Pois então, ele é vizinho dos ursos daqui. E tudo aquilo que a gente vê.... é verdade.
O ursos aqui são praticamente e, guardadas as devidas proporções de tamanho e força, os nossos cães viralatas.
Eles não são os melhores caçadores da natureza. Tendo uma comidinha fácil e sem esforço, eles estão lá. Também não são nem um pouco orgulhosos. Logo, o lixo é um supermercado ótimo para eles.
Resultado: lixos a prova de urso. Os lixos são feitos de metal pesadíssimos e chumbados no chão. A tampa possui uma trava anti-ursos (o urso não é capaz de destravar tampas... rs rs rs). Acho que não tirei foto... tentarei achar alguma na internet.
Ah! Sim. Os lixos são inclinados... esta parte nada tem a ver com os ursos... e sim com os guaxinins! Só para manter nosso nível de comparação: os guaxinins são os "ratos de rua" deles. E, no melhor estilo Tartarugas Ninjas, adoram uma pizza, mesmo que seja vinda do lixo. Conclusão temos um lixo a prova de ursos e guaxinins. Falando, nem dá para acreditar.

domingo, 24 de outubro de 2010

Whistler

18.10.2010
A cidade das olímpiadas de inverno de 2010. Cidadezinha simpática e fechada para balanço. Explico: outubro e novembro são os meses logo após o verão e ainda sem neve. Consequentemente são meses com pouco turistas e quando a cidade aproveita para entrar em manutenção.
Assim sendo, o bondinho que leva até o topo da montanha estava em manutenção.
Então, fui para a floresta! Que coisa mais linda! Mais uma vez paisagens de calendário. Adoro. Adoro. Adoro as cores do outono.
Whistler está para Campos de Jordão, assim como Campos de Jordão está para Whistler. Whistler se transformou em um "resort" chic de inverno. Uma cidadezinha minúscula, com lojinhas, restaurantes e cafés por todos os lados e uma natureza impressionante!